ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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18.10.03
HITLER – MEIN KAMPF (A MINHA LUTA)
Vincent Bengelsdorff pedia a opinião sobre a proibição (ou não) de livros como o Mein Kampf, de Hitler. É um debate interessante, para o qual, penso, não são necessários, neste caso, muitos argumentos: não tem sentido a proibição de qualquer livro por razões políticas, muito menos de uma obra com o significado histórico da de Hitler. Ninguém fica nazi por ler o Mein Kampf, e, mesmo que ficasse, não era argumento. Não é difícil encontrar uma longa lista de livros e panfletos da literatura radical abrangendo tradições políticas tão diferentes como o anarquismo, o comunismo, o maoísmo, o trotsquismo, o nacionalismo, o fascismo, o pan-arabismo, o sionismo, o ecologismo radical, nos quais existem apelos à violência de todo o tipo, de raça, de classe, social, nacional, religiosa, etc. Os únicos livros que, no limite da excepcionalidade quase absoluta, poderia compreender que fossem proibidos, e apenas por decisão judicial, são aqueles que contenham graves calúnias ou ofensas ao bom-nome de uma pessoa, ou constituam uma violação do seu direito à intimidade (sempre), ou privacidade (no caso de não existir um forte e inequívoco interesse público nessa violação). Refiro esta distinção, que me parece importante, entre intimidade e privacidade, porque, nas discussões jornalísticas, é comum fazer-se esta confusão. (url)
© José Pacheco Pereira
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