ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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26.10.03
EARLY MORNING BLOGS 67
Excelente comentário sobre atitudes portuguesas, entre a indiferença quotidiana pelo que é importante e o encher o peito de ar contra a “campanha” estrangeira denegridora, no Complot. Com a distância que o tempo trará, um dia se fará uma análise dos temas, da agenda da blogosfera. Por exemplo: a resolução da ONU sobre o Iraque, que, seja qual for o ponto de vista, tem que ser considerada um importante documento político, não mereceu praticamente nenhum comentário, salvas as habituais excepções. Mais importante do que comentários dispersos, é saber se uma matéria foi ou não incorporada nas discussões, e, neste caso, não foi. Também não teve grande relevo na imprensa, e talvez pelas mesmas razões: a resolução dá à ocupação militar do Iraque pelos EUA e seus aliados (porque é este o nome da coisa) a cobertura das Nações Unidas, da “legalidade internacional”. Pelo contrário, estou certo que irá haver enormes pressões para que se discuta a escolha do novo director do Diário de Notícias. Admira-me que ainda não tenha aparecido a habitual invectiva a “exigir” que eu comente o caso, sob pena de ser reduzido a um pequeno funcionário partidário, sem ética nem vergonha. Mas eu já comentei o “caso” há muitos anos: enquanto o Estado for dono de órgãos de comunicação social, de que tem a posse directa, como a “televisão pública” ou a RDP, ou que foram de novo “nacionalizados” via PT, por iniciativa do par Guterres - Pina Moura, sem protesto de ninguém, todos os governos fazem nomeações políticas para as suas direcções. Insisto, todos. E vão continuar a fazer enquanto esta situação se mantiver. Por isso, e para que não haja indignações selectivas, só participo em campanhas contra a manipulação, pelos governos, da comunicação social, quando estas forem até à raíz do problema e pugnarem pelo fim da comunicação social do Estado. Enquanto for assim, até prefiro que as nomeações sejam transparentes e que se saiba quem manda. O maior atentado contra a liberdade da imprensa cometido nos últimos dez anos foi a compra da Lusomundo pela PT, e passou sem qualquer protesto dos que agora batem com a mão no peito. O governo era socialista e a medida estatizante, pelo que ninguém quis saber das suas implicações. (url)
© José Pacheco Pereira
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