ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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7.10.03
EARLY MORNING BLOGS 57
Um poema de Sophia de Mello Breyner (lembrança de Rita Maltez), em que se fala da “verdade da manhã”,que , para a manter límpida , chega por hoje. "Quando brilhou a aurora, dissolveram-se Entre a luz as florestas encantadas Arvoredos azuis e sombras verdes, Como os astros da noite embranqueceram Através da verdade da manhã. E encontrei um país de areia e sol, Plano, deserto, nu e sem caminhos. Aí, ante a manhã, quebrado o encanto, Não fui sol nem céu nem areal, Fui só o meu olhar e o meu desejo. Tinha a alma a cantar e os membros leves E ouvia no silêncio os meus passos. Caminhei na manhã eternamente. O sol encheu o céu, foi meio-dia, Branco a pique, sobre as coisas mortas. Mais adiante encontrei a tarde líquida, A tarde leve, cheia de distâncias, Escorrendo de céus azuis e fundos Onde as nuvens se vão pra outros mundos. Um ponto apareceu no horizonte, Verde nos areais como um sinal. Era um lago entre calmos arvoredos Não bebi a sua água nem beijei O homem que dormia junto às margens. E ao encontro da noite caminhei.” Bom dia. (url)
© José Pacheco Pereira
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