ABRUPTO

10.10.03


“ARRASAR”

Voltou a febre jornalística do “arrasar", um vocábulo poderoso que os jornalistas gostam muito de usar para acentuar títulos que subjectivamente lhes interessam, nos quais têm um parti pris, quase sempre político, algumas vezes pessoal. Quando começa a haver muitos “arrasar”, há sangue fresco na água.

Na mó de baixo dos dias difíceis, em que o governo parece ir bem, o PS está uma desgraça, e o BE não chega para “animar a malta”, em que é confortável pensar que a “direita” “domina” tudo tão bem na comunicação social, e em que só se fala baixinho, calma e ponderadamente, com enorme isenção e distância , entra-se em muitas redacções numa depressão leve, numa tristeza subtil com esta “piolheira”. Mas, de repente, o sol levanta-se, o mundo muda, já não há “direita” que mande, raios e coriscos tombam sobre o governo, a “justiça” voltou e os presos políticos foram libertados, imagens do 25 de Abril à porta de Caxias perpassam na memória, os bons velhos tempos voltaram e uma militância acrescida e agressiva compensa bem as noites de queixa no Snob.

(Continua)

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© José Pacheco Pereira
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