ABRUPTO

27.9.03


PAPEL HIGIÉNICO E LARANJAS PODRES, O MESMO COMBATE!

O que disse sobre as peripécias dos académicos conimbricenses, que se sentem representados pelo papel higiénico, repito sobre os lisboetas que também andaram pelo mesmo papel e acrescentaram laranjas podres à lista, demonstrando uma imaginação poderosa.

Agora a surpresa lisboeta é ver estudantes do Técnico de “traje académico”, ou seja, como uma espécie de seminaristas retardados no tempo. Que os de Coimbra andem de farda, já estamos habituados, agora em Lisboa, onde nunca houve tal “tradição”, o que é que se passa? Há algum vírus no ar? A poluição já é assim tão grave? Será dos shots? A culpa é do absinto?

Não sei porquê, mas há alguma coisa que me diz ao ouvido, algum grilo transviado, que deve haver um traço esquisito num engenheiro de sistemas, num físico nuclear, num bioquímico, que não se importa de andar na rua, em público (que horror!), vestido de “estudante” oitocentista, na altura do varapau, das rixas, das esperas, dos bordéis canalhas, da contínua bebedeira, e, ainda pior horror, da poesia ultra-romântica . Mas deve ser de mim, que soçobro sentimentalmente à ideia positivista do progresso, mesmo apesar das minhas resistências filosóficas.

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© José Pacheco Pereira
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