ABRUPTO

23.9.03


HISTÓRIA NATURAL DAS NUVENS



Qualquer voador qualificado sabe tudo sobre nuvens. A maioria das vezes olha-as de cima, o que é bastante tranquilizador, outras vezes, quando sobe e quando desce, passa-lhes pelo meio, o que é sempre um pouco agitado. O pior de tudo é quando tem que lhes passar pelo meio estando em cima, a 32000 pés, e então os pilotos, que têm aquele hábito tecnocrático de classificar rigorosamente as coisas, lá pedem para apertar os cintos devido à `"light turbulence", nenhum problema, "some turbulence", ou qualquer variante sem o "light", que já é um pouco mais complicada. Estudar as nuvens tem imensas vantagens para o voador, para evitar levar com a explosão do almoço ou do líquido do copo em cima.

A história da "ciência" das nuvens é recente e está descrita num artigo, com um título apetecível, de Graeme L. Stephens , "The Useful Pursuit of Shadows" no American Scientist de Setembro-Outubro. Li-o, enquanto passavam debaixo de mim os ameaçadores cumulo-nimbus que inundaram o Languedoc em meia dúzia de minutos. Quem os vê erguerem-se ameaçadoramente na vertical tem poucas dúvidas sobre o seu poder . Podem ser "sombras", mas são sombras tão compactas como o betão.

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© José Pacheco Pereira
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