ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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19.6.03
TEORIA DAS TEMPERATURAS (2ª versão)
O general Kaúlza de Arriaga tinha uma teoria sobre a correlação entre a inteligência e o calor. Achava ele que, quando se caminhava para sul, o pensamento diminuía porque estava mais quente. No norte, o frio aguçava o espírito. Imaginem a ideia que ele tinha dos pretos. Mas nestes dias eu fico resolutamente kaulziano. Quero é ir para o Norte. Quero pensar e o termómetro não deixa. Por favor não me enviem correio a dizer que o frigorífico chega para o refrigério, ou que nem a 0 Kelvin sou capaz de pensar. O que vale é que o Círculo Polar Ártico me espera. Depois de publicado o que está acima , Ricardo Coelho mandou-me a seguinte objecção : "Quando escreve "...ou que nem a 0º Kelvin sou capaz de pensar...", não entendi o que tenciona dizer com isso. Penso que sabe que a temperatura 0º K, é a temperatura absoluta, e nunca foi atingida. É uma das grandes batalhas da física experimental, tentar chegar a temperatura tão baixa. A temperaturas tão baixas (da ordem de algumas dezenas de graus Kelvin) muitos materias (supercondutores) têm características físicas fora do vulgar. Como o próprio nome indica, não oferecem resistência à passagem de electrões, porque a esta temperatura, crê-se a nível teórico que os materias se encontram bastante ordenados... Logo creio que se atingissemos esta temperatura (claro que primeiro morríamos...) as nossas ideias ficariam tão organizadas, que qualquer um, independentemente de que factores nos pudessem distinguir, teria muito melhores capacidades de pensamento." Era uma ironia, mas a objecção é excelente! Considere-se a temperatura acima mudada para 3 Kelvin , a temperatura da radiação cósmica de fundo, o nosso fóssil cosmológico, e aí sempre se pode garantir um pensamento pelo menos bizarro, mas que vem de todo o lado (talvez). (url)
© José Pacheco Pereira
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