ABRUPTO

14.6.03


DAS COISAS MAIS, DAS COISAS MENOS


Aderindo ao furor classificativo, abro uma nova série no Abrupto . Uma vez por semana farei uma lista pessoalíssima das “Coisas mais e das coisas menos “, cobrindo o que se passou na semana anterior ou o que me chegou ao conhecimento nessa semana.
Haverá de tudo , política , cultura , jornalismo , livros , televisão , etc. , etc. Algumas das coisas referidas corresponderão a assuntos que tratei no blog , outras não . Nesses casos a entrada será mais desenvolvida . Como eu sou da escola dos argumentos, mesmo do “argumento do gosto” , que não se explica como os outros , farei o possível para não apenas classificar , mas explicar a classificação .
Como é obvio não é exaustivo, nem nada que se pareça, mas apenas subordinado às minhas viagens no “navio fantasma” . A ordem com que aparecem os itens tende também a ser arbitrária e sugestões são benvindas .


Coisas mais:


- Haver referendo à Constituição Europeia . Será bom na condição de não se ir para ele na base da política de facto consumado , sob o diktat que um “não” significaria sair da Europa e todas as tragédias possíveis para Portugal . Vamos ver.

- A tradução da Odisseia feita por Frederico Lourenço para os Livros Cotovia .

- Artigo da Maria Filomena Mónica no Público sobre o Fórum Social Português .

- Nova publicação da “Filosofia de ponta” pelo Independente , uma das melhores bandas desenhadas dos últimos anos .


Coisas menos :


- A Constituição Europeia, resultado essencialmente de uma imposição por Giscard d’Estaing de uma política dos grandes e para os grandes e impulsionada pela retórica europeísta que acha que o mais importante é haver um contínuo movimento para a frente , sem se preocupar sequer em consolidar o adquirido . Deviam ler mais Aristóteles e os clássicos sobre o valor político da prudência .
Foi patético o espectáculo do fim da Convenção , em que aos seus membros só faltou chorar de emoção , imaginando-se a fundar uns proto-Estados Unidos da Europa . Só haverá Estados Unidos da Europa no dia em que houver um patriotismo europeu , como há na América , e isso não se inventa, sente-se . Os membros da Convenção não o sentem porque pouco cuidarão dos europeus concretos, só da Europa abstracta.

- Tudo no Fórum Social Português : as declarações de Saramago e Boaventura de Sousa Santos , e toda a série de peripécias ocorridas no evento . Um bom retrato da inanidade política e teórica da nossa esquerda radical , da nossa extrema-esquerda .

- A ambiguidade do PS face ao Fórum, manifestada , de muitas maneiras , entre outras no País Relativo , e no artigo de Augusto Santos Silva no Público .

- O comportamento da RTP “pública” no caso Felgueiras .

- O caos na distribuição dos livros da Imprensa Nacional . Voltarei ao assunto porque é inadmissível que continue a situação de dinheiros públicos pagarem uma editora do estado, com critérios editoriais erráticos e que, como deve entender que o dinheiro que recebe é a fundo perdido , não se digna sequer distribuir condignamente os seus livros .

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© José Pacheco Pereira
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