ABRUPTO

12.5.03


Visita a um vulcão ( Il Vulcano Solfatara ) em Pozzuoli

A Solfatara é um vulcão adormecido cuja cratera é acessível , embora seja um sítio pouco confortável para se estar . . A cratera é uma superfície branca e amarelada , devido ao enxofre , e sem qualquer vegetação . Não cresce lá nada . Num dia de sol é muito quente . Quente do vulcão , quente do reflexo do sol na superfície branca , quente do dia . Não se pode caminhar mesmo no centro da cratera , embora a superfície pareça igual àquela em que se pode caminhar . O chão é poroso devido à quantidade de gases e , junto a uma das paredes , há uma fenda onde a lama negra e cinzenta escura , borbulha . O solo tem movimentos de subida e descida , não só no vulcão , como em toda a região de Pozzuoli .

Quase a toda a volta , as paredes da cratera e o solo junto das paredes fumegam . Há várias fumarolas , a mais conhecida é a Bocca Grande e delas saem vários gases , com prevalência para compostos de enxofre . O resultado é um cheiro (mau ) muito intenso que se sente em toda a cratera , mas que se mistura com outros cheiros numa combinação estranha . Percebe-se que o elemento dominante é o enxofre , mas é diferente e único o resultado . Cola-se ao corpo com o calor . Os jactos de gas a temperaturas muito altas sobem de fendas cobertas por algas de várias cores . Se há vida ali, também pode haver em muitos planetas .

É uma visita a aconselhar aos amadores de vulcões e da antiguidade clássica . A Solfatara era para os romanos uma das entradas do Inferno e o templo de Sibila em Cuma tem a ver com os silvos que saiam do chão . O oráculo de Sibila interpretava os ruídos , traduzia da natureza para a cultura , para a história .



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© José Pacheco Pereira
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