ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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26.5.03
UM POEMA PARA OS NOSSOS DIAS EM QUE "MUDO E SECO É JÁ TUDO"
O sol é grande, caem coa calma as aves, Do tempo em tal sazão que sói ser fria: Esta água, que d'alto cai, acordar-me-ia, Do sono não, mas de cuidados graves. Ó coisas todas vãs, todas mudaves, Qual é o coração que em vós confia? Passando um dia vai, passa outro dia, Incertos todos mais que ao vento as naves! Eu vi já por aqui sombras e flores, Vi águas, e vi fontes, vi verdura; As aves vi cantar todas d'amores. Mudo e seco é já tudo; e de mistura, Também fazendo-me eu fui doutras cores; E tudo o mais renova, isto é sem cura. (Sá de Miranda) (url)
© José Pacheco Pereira
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