ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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7.5.03
SONETO Dezarrezoado amor, dentro em meu peito tem guerra com a razão. Amor, que jaz i já de muitos dias, manda e faz tudo o que quer, a torto e a direito. Não espera razões, tudo é despeito, tudo soberba e força, faz, desfaz, sem respeito nenhum, e quando em paz cuidais que sois, então tudo é desfeito. Doutra parte a razão tempos espia, espia ocasiões de tarde em tarde, que ajunta o tempo: em fim vem o seu dia. Então não tem lugar certo onde aguarde amor; trata treições, que não confia nem dos seus. Que farei quando tudo arde? Já que este blog é de inspiração mirandina ( acho que é assim que se diz) fica aqui outro belíssimo soneto de Sá de Miranda . Aquele último verso “Que farei quando tudo arde?” , quando o digo aos meus amigos modernos , ninguém o identifica como antigo. Esteve para ser o título do blog mas depois achei que essas things of beauty não devem ser trivializadas . (url)
© José Pacheco Pereira
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