ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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24.5.03
OBJECTOS EM EXTINÇÃO 3
Maria Poppe pede-me para dar os parabéns “à transmontana Alexandra pelo seu trabalho de casa” [ ver nota sobre objectos no Abrupto de 22 de Maio ] e moderar algumas extinções sugeridas , com uma forte componente de experiência maternal : “1º - penicos, lá em minha casa, ainda tiveram bastante uso até há bem pouco tempo, com 3 pequeninas pilinhas incontinentes que por lá andam; 2º - ganchos, estou com ela, aliás com este calor temos mais é que agarrar o carrapito!; 3º - Joelheiras para remendos ainda me farto de aplicar para evitar de duas em duas semanas uma visita às lojas de roupa para crianças (mas acredito que só quem tenha 3 jogadores de foot em casa ainda saiba das joelheiras); não me lembraria dos protectores de sapatos não fora a dica, que agradeço, talvez o calçado (esta pode ir já para o tal catálogo das palavras em desuso) passe a resistir um bocadinho mais; 4º - fraldas de pano, impossível não ter uma ao pé qd se tem bebés, o seu destino é que mudou, ao em vez de lhes forrar a "bundinha" (como dizem os brasileiros) passou a ser um instrumento multi-usos: amparador de cabeça e de chucha, a própria chucha, lençol, guardanapo, protector solar ...”. Quanto aos véus para a missa “acho que só as noivas ainda o usam, mas como tanto as missas como os casamentos também eles parecem estar a cair em desuso, por este caminho não sei qual desaparecerá primeiro.” Acrescenta à lista locais ainda não extintos mas em vias de extinção, - "drogarias e todas as suas iguarias; - lojas de café e chá(só de pensar q um dia possamos deixar de ser surpreendidos pelo aroma do café a meio de uma caminhada já começo a esmorecer); - todas as retrosarias da rua dos retroseiros; - o hospital das bonecas; - serviços de vão de escada, género: florista, sapateiro, quiosque; - lojas de especialidade como a das luvas na Rua do Carmo e a dos Chapéus na baixa” Num outro e-mail , Maria acrescenta as novelas radiofónicas : “Não fora o livro do Vargas Llosa "Tia Julia e o escrevedor", (…) e uma cassete (…) com uma gravação clandestina dos shows do inominável "Joe Frank"(….), um californiano que durante anos teve um programa de rádio semanal com histórias por ele imaginadas e encenadas, nada mais me restaria dessa deliciosa arte de contar. “ No Folhetim Iluminados , na Liberdade de Expressão e no Mar Salgado também se discutem as extinções . (url)
© José Pacheco Pereira
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