ABRUPTO

22.5.03


Compreende-se a alegria da vitória. Compreende-se a paixão futebolística. Compreende-se mesmo o papel que tem o futebol como lenitivo para um país muito deprimido.
O que não se compreende é o terceiro-mundismo de ver tudo quanto é autoridade nacional, PR, PM, políticos, deputados, presidentes de câmaras, sentados na bancada de honra, como se o destino da pátria se jogasse em Sevilha. Como se tivessem medo de , não indo , serem criticados ou perderem o átomo de popularidade perversa que estar na bancada com Pinto da Costa dá. Do outro lado, nem um subsecretário do Governo de S. Majestade, num país onde o futebol desperta as paixões conhecidas, certamente não inferiores às nossas.
O que não se compreende é que a televisão pública durante horas e horas se transforme numa emissora desportiva exclusiva, contribuindo para o excessivo papel que tem o futebol na narcose nacional.
O que não se compreende é como não se compreende que este é o retrato do nosso atraso .

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© José Pacheco Pereira
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