ABRUPTO

8.5.03


A BBC Learning estraga-me o sono à noite , tornando-me num atento aluno da Open University . Ontem foi um documentário sobre Blake e eu que conhecia a poesia , mas sabia pouco da vida , pude assistir a um magnifico retrato de um genuíno e genial excëntrico inglês , uma espécie que não há em lado nenhum do mundo . Nós percebemos que se há criação literária em estado puro , profético , numa comunicação directa com a revelação , com o divino , está ali , naqueles versos do tigre ardente . O tigre bem pode ser o povo de Paris na Revolução e ter levado Blake a empurrar um soldado de Sua Majestade e a proferir frases subversivas sobre Napoleão - que melhor homenagem pode querer o corso que esta - que pouco importa . Aquele fogo arde mesmo , como o de Sá de Miranda .

Fica aqui o poema :

Tiger, tiger, burning bright,
In the forest of the night,
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry?

In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand dare seize the fire?

And what shoulder, and what art,
Could twist the sinews of thy heart?
When thy heart began to beat,
What dread hand forged thy dread feet?

What the hammer? What the chain?
In what furnace was thy brain?
What the anvil? What dread grasp
Dared its deadly terrors clasp?

When the stars threw down their spears
And watered heaven with their tears,
Did He smile his work to see?
Did He who made the lamb make thee?

Tiger, tiger, burning bright,
In the forest of the night,
What immortal hand or eye
Dare frame thy fearful symmetry?

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© José Pacheco Pereira
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