ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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9.3.12
COISAS DA SÁBADO: “PARA BERLIM! PARA PARIS!“
As multidões em 1914 batiam palmas aos soldados que partiam para a frente e as inscrições nos comboios que os levavam aos campos de matança da Flandres eram entusiásticas e optimistas. Acabou, como acabou, milhões de mortos depois e, na verdade, só acabou em 1945, e em 1945, só acabou em 1989. Berlim estava longe e Paris também.
Hoje, as guerras travam-se em surdina, sem declaração de guerra, tornada um anacronismo, e regra geral, só duram o que a comunicação social quer que durem. Terminam em impasses, em meias vitórias e tudo permanece na mesma. No Médio Oriente, em Israel, no Iraque, no Afeganistão. Só quando as guerras são civis, como na Líbia e na Síria é que talvez haja fim, até à próxima.
Nos nossos dias, de crise, as guerras são “sociais”, ou seja, também civis e têm igualmente o seu grito de guerra. Na que estamos a atravessar, o inimigo é o “Estado gordo”, e os representantes terrestres desse estado são os funcionários públicos, os serviços públicos, a “mão-de-obra rígida”, os “direitos adquiridos”, e todos aqueles que “vivem acima das suas posses”. Esta última frase é a mais significativa, porque o modo como a entendemos define os lados desta guerra.
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© José Pacheco Pereira
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