ABRUPTO

10.4.10


COISAS DA SÁBADO: MAIS SOBRE AS CASINHAS DESENHADAS PELO ENGENHEIRO

O que o Público trouxe mais uma vez a público é uma história tão estandardizada, tão “by the book” que, para qualquer conhecedor das autarquias, é de uma transparência como a de uma garrafa de bom vodka. Todos os inspectores da IGAT, conhecem-nas de cor, todos os procuradores as repetem nos estudos de casos. Tudo “by the book”: o técnico de uma autarquia que assina projectos na autarquia do lado, os “favores aos amigos” evidentemente grátis e sem traço nos impostos (as contas bancárias é outra coisa), o assinar de cruz todas as marquises, garagens, acrescentos, aumentos, etc., que o cliente, que é o único que paga, deseja, sem respeito por qualquer regra de construção. E depois há mais: o técnico menor de uma autarquia de província com uma ambição maior já com resultados em termos de ascensão política e que negligencia as suas funções e que é repreendido. Na verdade, ele está a sair de um tipo de vida para outra. Está a subir e a esquecer.

O comunicado de José Sócrates contra o Público, que nada esclarece, dá a entender que terão sido “pecadilhos de juventude” e, com a ironia da arrogância amoral, sugere ao jornal que investigue a sua vida enquanto andava de fralda. É verdade, aqui o técnico ainda estava na Liga Menor e podia ter crescido bem depois e ninguém lhe levaria muito a mal os “pecadilhos” . O problema é que Sócrates está agora na Liga Maior.

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© José Pacheco Pereira
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