ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
|
13.10.04
![]()
A LER
Um grande poema "químico" de Ruy Belo, "Ácidos e óxidos", colocado no Porto de Abrigo. Uma amostra: "Simples questão de tempo és e a certas circunstâncias de lugar circunscreves o corpo. Sentas-te, levantas-te e o sol bate por vezes nessa fronte aonde o pensamento - que ao dominar-te deixa que domines - mora Estás e nunca estás e o vento vem e vergas e há também a chuva e por vezes molhas-te, aceitas servidões quotidianas, vais de aqui para ali, animas-te, esmoreces, há os outros, morres Mas quando foi? Aonde te doía? Dividias-te entre o fim do verão e a renda da casa Que fica dos teus passos dados e perdidos? Horário de trabalho, uma família, o telefone, a carta, o riso que resulta de seres vítima de olhares Que resto dás? Ou porventura deixas algum rasto? E assim e assado sofro tanto tempo gasto" (url)
© José Pacheco Pereira
|