ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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4.7.03
SOBRE A GUERRA CIVIL DE ESPANHA
Saudei nos Estudos sobre o Comunismo a aparição dos Estudos sobre a Guerra Civil de Espanha. No entanto, tenho sérias objecções a que seja compatível “uma perspectiva científica mas não academicista”, como diz o seu autor, com a ideia que a guerra civil de Espanha foi “o elemento enformador do combate histórico entre fascismo e socialismo” . Do mesmo modo é contestável a sua descrição , mesmo como elemento de uma “memória colectiva”, da “romantização última” “do derradeiro confronto – face a face, corpo a corpo, bala a bala – entre a expressão totalitária das velhas forças conservadoras e a precursão visionária do cunho libertador da «Guardia Roja» Esta “romantização”, aliás presente nos textos escolhidos no blogue, é incompatível com uma apreciação e o estudo científico da guerra civil espanhola. Hoje, que já se tem acesso a uma massa documental considerável, em particular com os arquivos ex-soviéticos entretanto abertos, é impossível ter qualquer visão romântica da guerra - um conflito cruel entre as grandes ideologias totalitárias do nosso século, se se quiser , para utilizar um conceito polémico, um episódio da "guerra civil europeia" .Só no domínio da pura imaginação ou da retórica política é que se pode falar “da precursão visionária do cunho libertador da «Guardia Roja». Não era “visionário”, nem “libertador”, mas um projecto de poder igualmente totalitário, num certo sentido ainda mais totalitário porque mais moderno, mais dinâmico e mais globalizante, do que o das “velhas forças conservadoras”. (url)
© José Pacheco Pereira
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