ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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4.6.03
BREVES
1. O poema do Vasco que se encontra antes destas "breves" é quase de certeza o primeiro em português a usar a palavra blog no seu texto . O Vasco tem outros recordes e premières como o de ser o poeta português que mais decassílabos escreveu , contando com os mais de 14000 da tradução da Divina Comédia e os cerca de 8000 da tradução ainda inédita do Canzoniere de Petrarca . Mais do que Camões . 2. Epidemia do "arraso" . Estamos perante outra epidemia do verbo "arrasar" nos jornais , fenómeno periódico e altamente contagioso . "João Soares arrasa Ferro" deve ter sido o doente original deste novo surto . Depois foi "relatório de não sei de quê arrasa política de não sei de quê" , "relatório da UE arrasa agricultura portuguesa" , etc , etc. Eu conheço a doença porque também já fui "arrasado" . Muito gostam eles de "arrasar" , do Diário de Notícias ao Público , porque esta é uma doença da imprensa escrita . Ninguém se interroga sobre o uso deste verbo tão pouco descomprometido pelos jornalistas ? Porque razão não escrevem "criticar" , mesmo qualificando a dureza da crítica ? Agora "arrasar" implica um julgamento de valor , sugere a eficácia ou a razão do "arrasador" . Para quem lê fica de imediato uma impressão indelével de desequilíbrio entre quem "arrasa" e quem é "arrasado" . 3. Seguindo a iniciativa do Valete Frates , também cito o texto original da entrevista de Wolfowitz à Vanity Fair , objecto de uma típica operação de desinformação , seguida depois por flagrantes exibições de desonestidade intelectual , Aqui fica citada a partir da transcrição oficial da gravação : "Q: Was that one of the arguments that was raised early on by you and others that Iraq actually does connect, not to connect the dots too much, but the relationship between Saudi Arabia, our troops being there, and bin Laden's rage about that, which he's built on so many years, also connects the World Trade Center attacks, that there's a logic of motive or something like that? Or does that read too much into -- Wolfowitz: No, I think it happens to be correct. The truth is that for reasons that have a lot to do with the U.S. government bureaucracy we settled on the one issue that everyone could agree on which was weapons of mass destruction as the core reason, but -- hold on one second -- (Pause) Kellems: Sam there may be some value in clarity on the point that it may take years to get post-Saddam Iraq right. It can be easily misconstrued, especially when it comes to -- Wolfowitz: -- there have always been three fundamental concerns. One is weapons of mass destruction, the second is support for terrorism, the third is the criminal treatment of the Iraqi people. Actually I guess you could say there's a fourth overriding one which is the connection between the first two. Sorry, hold on again. Kellems: By the way, it's probably the longest uninterrupted phone conversation I've witnessed, so -- Q: This is extraordinary. Kellems: You had good timing. Q: I'm really grateful. Wolfowitz: To wrap it up. The third one by itself, as I think I said earlier, is a reason to help the Iraqis but it's not a reason to put American kids' lives at risk, certainly not on the scale we did it. That second issue about links to terrorism is the one about which there's the most disagreement within the bureaucracy, even though I think everyone agrees that we killed 100 or so of an al Qaeda group in northern Iraq in this recent go-around, that we've arrested that al Qaeda guy in Baghdad who was connected to this guy Zarqawi whom Powell spoke about in his UN presentation. " (url)
© José Pacheco Pereira
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