ABRUPTO

26.1.09


APRENDENDO COM O PADRE ANTÓNIO VIEIRA: Grandes são essas esperanças de Portugal; mas quando há-de ver Portugal essas esperanças?



Esperavam, reesperavam e desesperavam aqueles homens, porque em muitas cousas das que lhes prometiam as profecias, primeiro se acabava a vida do que chegasse a esperança. Deixaram os pais em testamento as esperanças aos filhos, os filhos aos netos e nem estes, sendo então as vidas mais compridas, chegavam a ver o cumprimento do que tão longamente tinham esperado. As esperanças da Terra de Promissão deixou-as Abraão a Isaac, Isaac a Jacob e Jacob aos doze Patriarcas; mas todos eles morreram e foram sepultados no Egipto. A quem há-de cobrir a terra do Egipto, que lhe importam as esperanças da terra de Promissão? No cativeiro de Babilónia pregavam e prometiam os Profetas que Deus havia de levantar mão do castigo e restituir o povo à sua antiga liberdade; e se lhes perguntavam quando, respondiam e afirmavam constantemente que dali a setenta anos. Boa esperança para um cativo, ainda que não fosse muito velho. De que me serve a esperança da liberdade, se primeiro se há-de acabar a vida? O mesmo podem arguir os que hoje vivem com estas esperanças, que eu lhas prometo. Grandes são essas esperanças de Portugal; mas quando há-de ver Portugal essas esperanças?

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© José Pacheco Pereira
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